As várias peças que compõem o acervo do Museu do Dundo, como o Cicuvu (Cinguvu), Mucupela, Mussandas, Cabaças e acervo anatómico do espaço da Ciência Natural do Museu Regional do Dundo, na LundaNorte, estão a deteriorar-se por falta de produtos específicos como o formol, para o tratamento e conservação.
Segundo o director da instituição, Samuel Minerva, quando falava à imprensa sobre o funcionamento do maior guardião dos hábitos e costumes do povo Lunda-cokwe, localizado no coração da cidade do Dundo.
O responsável referiu que, a situação está a obrigar a que se faça uma redução significativa da exposição das peças, retirando interesse dos cidadãos nacionais e estrangeiros, sobretudo, adultos em visitar o museu.
Disse ainda que a deterioração das peças museológicas estão a retirar a originalidade que sempre evidenciou o acervo do Museu, admitindo a possibilidade do abate de algumas, depois de serem avaliadas por uma comissão técnica.
“Vamos trabalhar para a selecção das peças que ainda podem ser reaproveitadas, as outras, a comissão de avaliação irá decidir o destino final que deve passar por uma cerimónia onde serão enterradas”, realçou.
Samuel Minerva afirmou que a situação é do conhecimento do Ministério da Cultura e do Governo local, que já deram garantias para a resolução do problema nos próximos dias, com vista a salvaguarda das peças que ainda se encontram em bom estado e evitar a redução do acervo museológico.
Referiu que este mês está prevista a chegada de uma Comissão de avaliação do Ministério da Cultura que vai fazer o levantamento do estado do acervo, para posteriormente definir-se quais das peças ainda podem ser recuperada Sublinhou que até 2018, o museu contava com mais de 9 mil peças museológicas, mas actualmente, o número reduziu para 7 mil, em função do mau estado de conservação.
O museu, com mais de 100 anos de existência, ajuda a sociedade a identificar acontecimentos da história, que foram decisivos e essenciais para a construção do “Império” Lunda.
Para ajudar a preservar as memórias e, ao mesmo tempo, explicá-las aos interessados, a instituição conta com um acervo repleto de artigos e colecções etnográficas, biológicas, arqueológicas, de arte sacra, popular e alguns objectos que se relacionam com a história da Revolução Industrial, como a exploração de diamantes.
As colecções etnográficas do Museu do Dundo constituem a principal componente do objecto social da instituição e resultam da primeira campanha de recolha de peças, designada por expedição de Camaxilo, feita no longínquo ano de 1937, e do Alto Zambeze, em 1939.
