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Pleonasmo vs redundância

Jornal Opais por Jornal Opais
26 de Fevereiro, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Pleonasmo vs redundância

Na verdade, sobre Pleonasmo e Redundância, alguns têm colocado na mesma categoria, anulando quaisquer diferença. No entanto, há autores que os separam.

Baptista (2009), por exemplo, define “Pleonasmo como repetição de um termo numa oração para dar ênfase”. Um exemplo por ele trazido é a frase: “A mim só me resta dias melhores”.

Analisando a frase, percebe-se que a parte “a mim” já faz referência à própria pessoa e que a parte seguinte, “só me restou”, enfatiza, isto é, faz novamente referência à própria pessoa.

Logo, ele entende como “repetição para enfatizar”. Poderia simplesmente dizer “só me restou” e logo se perceberia que é a própria pessoa.

Por outro lado, Pinto (2010) apresenta uma definição idêntica ao dizer que Pleonasmo “é visto como emprego de palavras que reforçam uma ideia que já está expressa numa frase” (p. 213).

Quando se diz: “ O melhor é desceres”, já se sabe que não se desce para cima. Então, temos, aqui, uma evidência de Pleonasmo. No entanto, vale dizer que Pleonasmo faz parte dos recursos estilísticos. Por recursos estilísticos ou figuras de estilo entende-se recursos usados nos textos literários para embelezá-los.

E, naturalmente, é próprio dos textos literários, ou seja, daqueles textos que apresentam alguma subjectividade; que se afastam, às vezes, da norma; que têm uma função estética e usam palavras plurissignificativas. É próprio nos contos, romances e muito mais, à luz da literariedade.

Todavia, quando não estivermos no plano literário, neste caso, quando estivermos diante de textos não literários, usar essa “repetição” poderia ser entendido como Redundância.

Ou seja, a Redundância já é vista, no plano formal, como um vício de linguagem por se evitar. É o emprego de uma palavra ou de uma ideia desnecessária, porque a ideia já está expressa.

Há autores que a chamam de tautologia. Confira, por ora, alguns exemplos de Redundância que devemos evitar:

1.“Elo de Ligação”. O Dicionário já expressa que “elo” é uma união ou ligação.

Assim, elo de ligação era como dizer ligação de ligação, logo, é uma repetição desnecessária.

2. “Vamos criar mil novos empregos”. Não é possível que se crie antigo emprego porque a ideia contida na palavra criar já nos remete a algo novo. Não se cria coisa antiga, mas nova. Vamos criar mil empregos e ponto final.

3.“Vi com os meus próprios olhos”.

Não seria possível ver com os olhos de outra pessoa. Ou seja, no plano literário, percebe-se como uma questão enfática ou de beleza textual. No entanto, como sabemos, quem vê, vê necessariamente com os seus e nunca com os olhos de outros.

4. “Consenso geral”. Ou é consenso ou não é, porque se não for geral, não é consenso.

Até porque não há consenso específico.

5. “Acabamento final”. Não existe acabamento inicial, logo, é simplesmente acabamento.

6. “Houve contacto bilateral entre as duas partes”. A palavra bilateral já faz referência às partes. Então, é desnecessário.

7. “Tenho previsões para o futuro”. Prever, por si só, já nos dá a ideia de futuro, até porque não se prevê o passado, mas se faz uma antevisão do futuro. Assim, basta dizer previsões.

8. “Certeza Absoluta”. Ou temos certeza de algo ou não a temos.

Ela não precisa de ser absoluta.

9. “Duas metades iguais”. As partes têm de ser iguais.

10. “Inaugurou-se há cinco anos atrás”. O verbo haver já faz referência ao tempo decorrido.

Logo, a palavra atrás já é uma repetição desnecessária.

11. “De sua livre escolha”. Se não é livre, não é sua escolha, porque a escolha é exactamente algo feito de modo livre.

12. “Conviver juntos”.

Não se convive sozinho.

13. “Surpresa inesperada”. Existe surpresa esperada? E se a esperarmos, será surpresa? Na verdade, o que precisamos de saber é quando usar um pleonasmo enquanto figura de estilo. Isto é, em se tratando de textos literários, podemos assim proceder, à luz da literariedade.

No entanto, no plano formal, nos textos não literários, a repetição “desnecessária” deve ser evitada. O contexto deve, necessariamente, guiar-nos!

 

Por: PEDRO JUSTINO “CABALMENTE”* 

*Professor E Académico

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