OPaís
Ouça Rádio+
Qua, 5 Nov 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Que não seja demasiado tarde

Jornal Opais por Jornal Opais
4 de Agosto, 2023
Em Opinião

Que não seja demasiado tarde quando nos apercebermos que os nossos provérbios, caracterizados pelo magnânimo Chinue Achebe como sendo “as especiarias com que nós Africanos temperamos a vida”, os nossos valores, a nossa relação com a terra e o meio circundante, com os astros, os fenômenos naturais e sobrenaturais, as nossas filosofias, aquilo a que o ímpar Mia Couto considerou como sendo “um universo de outros saberes”, as nossas culturas, os nossos traços, características físicas e a nossa espiritualidade são na verdade o caminho que devemos e sabemos seguir.

Poderão também interessar-lhe...

Os desafios de um professor de Língua Portuguesa: perspectivas globais e o contexto angolano

O orgulho de um país: Angola recebe a Argentina e o mundo

CARTA DO LEITOR: Descarga eléctrica atmosférica na Huíla

O rumo verdadeiramente certo a (re)tomar. Usam-se muitas vezes as falhas das nossas culturas para se as negar por completo, para se as reprovar por completo.

A verdade é que sequer nos conhecemos.

Somos como que estrangeiros de nós mesmos.

As culturas evoluem e são mutáveis. Elas não são estáticas e anacrônicas por natureza.

A partir do momento em que o indivíduo pertence a um grupo, este, tendencialmente através das gerações mais novas, começa a questionar certas práticas inerentes ao grupo a que pertence.

Caso realmente acredite na necessidade de mudança, ele será agente condutor desta mudança até que ela se reflita primeiro em si mesmo e em seguida no seio da comunidade, até que tal mudança se efective de modo generalizado.

Assim evoluem os povos e suas culturas. Acompanhei no telejornal uma matéria que dizia respeito a um estudo levado a cabo pelo INAC, em ocasião ao Dia da Criança, o qual apurou que existem práticas ainda vigentes em determinados grupos e comunidades rurais, nas quais certos Sobas, aproveitandose dos seus títulos, entendem casar com meninas menores de idade, justificando tratar-se de uma prática reiterada, parte constituinte nossa, aprendida com os antepassados.

Caso seja verdade, o facto é que os antepassados não são infalíveis.

Quantas vezes não damos por nós pagando por erros cometidos por aqueles que nos antecederam… cwom sorte a delegação do INAC reunirá com estes mesmos Sobas no sentido de fazêlos compreender a necessidade de descontinuarem tais práticas. Temos de ser melhores, fazer melhor e nos corrigirmos no essencial.

Assim evoluem os povos e suas culturas. Por outro lado, é imperativo que conservemos o que de positivo alcançamos enquanto povo Bantu.

O respeito à autoridade. O respeito pelos pais, nossos e dos outros. A correção às transgressões dos filhos, nossos e dos outros.

A percepção de nós como um todo.

A personificação da máxima “uMuntu nguMuntu ngaBantu”.

A consciência de que somente sou porque somos e que se não formos, logo não sou. Não deixemos que seja tarde demais.

Percebermos que devemos resgatar e transmitir as brincadeiras dos tempos pueris.

E se apagássemos propositadamente as lâmpadas do bairro e fôssemos todos bicar o bidon?!

Que compreendamos e acreditemos que os nossos valores morais funcionam e são louváveis.

Que a educação rigorosa dos pais africanos é fundamental para incrustar no muntu um caráter virtuoso e que por essa razão não mais precisamos importar do Ocidente educação, hábitos e valores estólidos para as nossas crianças via TikTok.

Que não seja tarde quando percebermos que não há nada de errado, tampouco vergonhoso em sermos nós e que por esse motivo, não mais é necessário opormos-nos a nós mesmos. Não mais é necessário sermos opressores de nós mesmos.

Ensinai a criança que o seu cabelo é arte.

Que o seu cabelo serviu de arma, contribuiu para a luta e reivindicação da liberdade do povo negro, tendo inclusive servido de mapa para guiar os seus antepassados em segurança rumo aos Kilombos no Brasil.

Que a sua pele foi beijada pelo sol e que a melanina resultante desse beijo é uma poderosa capa que a protege das enfermidades causadas pela exposição prolongada aos raios solares do clima implacável de África.

Que não precisa esperar aceitação nem reconhecimento exterior porque ela é descendente dos primeiros humanos.

Que diferente da cada vez mais crescente vergonha que muitos sentem em ser africanos, ela pode e deve ousar sentir orgulho em sê-lo porque os seus antepassados fundaram, multiplicaram-se e dominaram a terra.

Que ela pode assumir a sua negritude livre e apaixonadamente qual célebre Uanhenga Xitu quando exclamou: “Sou escritor de MULALA NA MBUNDA, misturando português, kimbundu e umbundu.”.

 

Por: EDUARDO PAPELO

Jornal Opais

Jornal Opais

Recomendado Para Si

Os desafios de um professor de Língua Portuguesa: perspectivas globais e o contexto angolano

por Jornal OPaís
5 de Novembro, 2025

A docência de Língua Portuguesa traduz desafios complexos no mundo de hoje, que vão além da mera gramática ou literatura....

Ler maisDetails

O orgulho de um país: Angola recebe a Argentina e o mundo

por Jornal OPaís
5 de Novembro, 2025

Em breve, Angola viverá um dos momentos mais marcantes da sua história desportiva: o jogo entre a nossa seleção nacional...

Ler maisDetails

CARTA DO LEITOR: Descarga eléctrica atmosférica na Huíla

por Jornal OPaís
5 de Novembro, 2025

À coordenação do jornal OPAÍS, saudações e votos de óptima quartafeira! Nos últimos dias, as chuvas que vão caindo nas...

Ler maisDetails

A urgência de uma campanha massiva de vacinação contra a malária

por Dani Costa
5 de Novembro, 2025

Tem sido bonito observar, pelos vários órgãos de comunicação social, a campanha em torno da vacinação contra o cancro do...

Ler maisDetails

Norberto Sodré João nomeado novo presidente do Tribunal Supremo

5 de Novembro, 2025

Mãe afoga filha de dois meses no interior de um balde de água no Cazenga

5 de Novembro, 2025

Tribunal “chumba” pedido de defesa de Neth Nahara para responder em liberdade

5 de Novembro, 2025

Certificado de conformidade para exportação deixa de ser obrigatório para operadores económicos

5 de Novembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.